Com o sucesso de Castle of Illusion e Land of Illusion, veio o terceiro jogo da “série Illusion” para o Game Gear. O jogo foi lançado no início de 1995 no Japão, Estados Unidos e Europa, mas nunca apareceu por aqui. No entanto, em Dezembro de 1998, o jogo ganhou uma versão para Master System, completamente portada pela TecToy, sendo uma exclusividade brasileira! Acredita-se que tenha sido o último jogo feito pela TecToy para o console, ao menos em formato de cartucho.
O jogo traz uma jogabilidade um pouco diferente de seus antecessores, mas continua tão bom e divertido quanto eles. No entanto, parece que ele não fez tanto sucesso quanto os jogos anteriores. O trabalho de conversão para o Master System (console detentor de jogos desde padrões de diversão na época, como este em plataforma, até jogos de cartas como o Poker e recriação de filmes) ficou excelente, mas como a versão com a qual eu sou mais familiarizado é a do Game Gear, focaremos nela aqui. Mas não se preocupem, pois as duas versões são praticamente idênticas.
História
Sobre o jogo
Além dessas novidades, agora é possível pegar itens durante a fase que, além de recuperar a energia, caso ela já esteja cheia, podem ser armazenados numa cestinha. Assim, quando sua energia chegar à zero, eles serão automaticamente usados para recuperar sua energia antes que você perca uma vida. Quanto menos energia você perde e mais itens armazenados você tem, mais pontos você ganha ao final de cada fase. Os itens de recuperação não são mais fatias de bolo, e sim biscoitos, que enchem uma bolinha de energia; e donuts, que enchem dois; além do bolo, que agora enche a energia completa.
O que estraga um pouco o jogo é que ele é muito fácil. Com exceção de alguns chefes que, ao enfrentar pela primeira vez, talvez você possa demorar um pouco a entender o que fazer, de resto nós praticamente passeamos pelo jogo, pois além de armazenar itens de recuperação de energia, o jogo ainda tem continues infinitos.
O jogo também se destaca pela narrativa. Apesar de ser uma história simples e infantil, após cada uma das fases há pequenas cutscenes mostrando o desenrolar da aventura, o que dá mesmo a impressão de ver uma espécie de filme da Disney. Tudo bem, o jogo já é antigo e simples, mas essas cutscenes de certa forma te ajudam a entrar no universo do jogo, o que é bem legal.
Infelizmente, o jogo é curto. Depois de já conhecê-lo bem (os chefes e tal), dá pra terminá-lo em uns 30 a 40 minutos sem problemas. Isso se você parar pra ver as cutscenes sem pulá-las.
Gráficos
Mickey agora usa um chapeuzinho e uma roupa diferente. Quando ele está nadando, ele vai segurando o chapéu na mão; e quando está se balançando numa corda, há vários frames de animação também. A câmera não tem mais o efeito de ir um pouco para a frente como em Land of Illusion, mas neste jogo isso nem chega a atrapalhar. Mickey continua com aquela tradicional cara de quem está numa boa, independente do que esteja acontecendo. Ele pisca, bate o pé e olha para o horizonte assim como fazia no jogo anterior.
A única critica que eu poderia fazer com relação aos gráficos é que as cutscenes são estáticas. Temos várias ótimas ilustrações, mas todas sem movimento. Em Land of Illusion, os personagens mexiam a boca, braços, piscavam, e aqui não. No entanto, todas as ilustrações são ótimas e há várias delas. Isso nem de longe tira o brilho do jogo.
Som
Os efeitos sonoros do jogo parecem com os dos jogos anteriores. Alguns foram emprestados, mas há outros novos. Já a trilha sonora é toda muito boa e também considero como um ponto forte no jogo. Cada fase tem sua própria música, sem repetição e todas se encaixam muito bem. A única ressalva fica por conta de que há fases com várias partes, onde entramos por portas e, ao entrar por elas, a música volta do início. Não entendo por que fizeram assim, já que nos jogos anteriores os cenários mudavam e a música seguia normalmente.
Jogabilidade
Replay
Diferentemente dos jogos anteriores, o fator replay aqui é baixo. O jogo não oferece nenhum bônus ou curiosidade depois de terminado. Há duas variações para o final, mas a diferença é tão mínima que praticamente nem conta. Mesmo assim, o jogo é muito bom e de vez em quando eu ainda gosto de pegar pra jogar e terminar.
Curiosidades
No Japão, o jogo é conhecido como “Mickey Mouse: Densetsu no Oukoku”, ou “Mickey Mouse: O Reino Lendário”.
O jogo não saiu no Brasil em sua plataforma original, o Game Gear, mas foi o único país a ter uma versão para Master System. A conversão foi feita pela TecToy e, apesar de ser levemente inferior à versão do Game Gear, ficou muito boa.
Considerações pessoais
Conheço algumas pessoas que jogaram este jogo, mas nem todo mundo gostou muito dele. A principal crítica é a jogabilidade diferente dos jogos anteriores. Pessoalmente, acho isso a maior bobagem, porque é algo que você se acostuma em dois minutos!
O jogo não tem cutscenes animadas como em Land of Illusion, mas há várias ótimas ilustrações. As músicas repetem quando entramos em portas de uma mesma fase, mas também são ótimas. Nada disso tira o brilho do jogo.
Resumindo, eu acho esse jogo muito, muito legal! Pra mim, os únicos reais problemas dele é que ele é bem fácil de ser terminado e um bocado curto. Há algumas fases mais longas, mas há outras bem curtinhas. Mas se você curte os jogos do Mickey e jogos de plataforma e ainda não jogou este aqui, não perca tempo e vá jogar! O jogo é bem inocente e infantil, mas mesmo assim ele é um dos poucos jogos que eu não conheci na época, mas que mesmo tendo terminado pela primeira vez há não muito tempo, conseguiu me passar aquela sensação gostosa que eu tinha jogando jogos 8-bit na infância, como se eu estivesse jogando algo novo naquela época mesmo.