“ISTO É” de Agosto traz nota sobre “Assassin’s Creed” e o caso Pesseghini.

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Nota da revista do mês de agosto traz co-relação entre jogos, e comportamento -Foto: Reprodução

Em  matéria publicada na edição de 14 de Agosto na conhecidíssima revista “ISTO É“, mais uma vez, a tecla é batida sobre o comportamento de pessoas com pré disposição à atos violentos, e sua relação íntima com videogames.


Isso se deve ao recente caso da família Pesseghini, que misteriosamente foi morta dentro de casa, e o principal suspeito: O filho do casal, de apenas 13 anos. Este envolvimento dos games, começou após a grande mídia divulgar que a última atualização de Marcelo Pesseghini na rede social Facebook, foi a troca de imagem de perfil, alterando-a para a imagem de “Ezio Auditore da Firenze“, o protagonista de “Assassin’s Creed II“, “Brotherhood” e “Revelations“.

Mas, retomando o texto publicado pela revista, pode-se ver que a mídia não está bem preparada, quando o assunto passa longe de política, ou comportamento esdrúxulo das sub-celebridades.
Segundo a nota: “Para quem já tem uma inclinação à psicose, estado psíquico onde o indivíduo perde a conexão com a realidade, os jogos virtuais são uma prática pra lá de perigosa.

Analisamos da seguinte forma: Se a pessoa já tem um problema, não vai ser o livro, o filme, a novela, o raio que o parta, que fará com que ela cometa algum crime. O que podemos ver nessa afirmação, é que parece que se a pessoa tem um problema, não é somente ele que o fará cometer algum tipo de atrocidade contra outra pessoa. Isso mostra que a mídia QUER QUE AS PESSOAS TENHAM MEDO DOS VIDEOGAMES! E tudo por que?! Simples! Por que videogames são concorrência para esse veículo de informação, assim como é uma ameaça às telenovelas (com suas tramas cheias de maldade e malícia, além de cultivação exacerbada do sexo, fora o fato de que todos comentem “pequenos” delitos ao longo da trama, sem que ninguém à serviço da lei o repreenda).

Depois temos o seguinte trecho: “Marcelo utilizava como foto do perfil do Facebook a imagem de Desmond Miles,  matador do game “Assassin’s Creed” (foto)“.
Aqui temos mais uma prova, de que os jornalistas apenas querem vender material, sem nem se dar ao trabalho de pesquisar quem é o personagem. Além de também o subjugar como “matador”, como se esse fosse de fato, o objetivo do jogo.
E mais! Eles pedem para que o leitor veja a foto!
Então vamos às correções, para que a ISTO É não cometa a mesma gafe: O menino Marcelo não utilizava a foto de Desmond, e sim de Ezio, que era um antepassado italiano do Desmond. Desmond apenas ativa sua memória genética (que de acordo com a ciência, existe, e todos nós trazemos lembranças de nossos antepassados no DNA. O que ocorre é que no jogo, eles encontram uma forma dessa parte do DNA ser ativada, fazendo com que “vivamos” essa experiência).

A questão do matador, não condiz com os fatos apresentados pelo game. No jogo, não é permitido que matemos civis. Temos sim, alvos que necessitam ser eliminados.
Imagine que isso é uma ação do FBI, SWAT, Exército ou qualquer tipo de organização anti-criminosa que precisa eliminar seus alvos, antes que estoure uma guerra. Nossos inimigos no game, são os Templários, que é uma “organização” que visa apenas dominar o mundo, e que é contrária à Ordem dos Assassinos.

E quanto à foto, esse personagem não condiz com nenhum dos anteriores citados, mas sim, Edward Kenway, que pela história, não tem qualquer relação com Desmond Miles e seus antepassados (Altaïr, Ezio ou Connor, apresentados nos games anteriores). Ele faz parte do novo game da franquia, intitulado “Assassin’s Creed IV Black Flag“, que será lançado ainda este ano.

Outro trecho da matéria cita que: “Jogo em que o assassino tem armas, bombas e recursos extraordinários para orquestrar chacinas e vingar seus antepassados“.

O QUE!!! Cês tão de zoeira comigo?! Orquestrar chacinas é tipo o que?! O Mozart tá regendo uma orquestra, enquanto eles se matam com os instrumentos musicais, é isso?!
O fato é, que no jogo não se tem que “orquestrar” nada. Você sim, tem uma infinidade de opções de armas, mas como foi dito antes, há alvos específicos, e não matança por prazer.
“Vingar seus antepassados” – Cara, você é jornalista profissional?! Ou você é mais um daqueles “Guilherme Gamer” da vida, que só faz uma pesquisinha de 10 minutos no Google e sai contando pra todo mundo que pode desbloquear o Akuma no RE2? Honre seu diploma jovem!

E por último, temos o depoimento da especialista, que diz que “O jogo sozinho não pode ser apontado como responsável, mas pode ser o gatilho para deflagrar um devaneio em um caso já patológico“.
Sim, eu concordo com a visão da doutora Kátia, que faz o favor de ressaltar que, quem pratica tal ato, já possui um problema. E não como a mídia prega que pessoas sadias e normais, ao jogarem um game violento, são induzidas a cometer crimes e ferir pessoas.

Tudo o que queremos são profissionais que acabem com esse tipo de sensacionalismo barato. E que acabe de uma vez por todas, o preconceito contra os videogames no Brasil.