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[Crítica] “Assassin’s Creed: Renascença”


Quando consagradas franquias dos games invadem o cinema, o sentimento dos fãs é quase que único: Medo de que a consagrada obra dos consoles, seja inflada com uma quantidade extra de coisas desnecessárias (e até mesmo, diferentes do original), fazendo com que aquilo na telona seja completamente diferente da obra original, causando a revolta, e fazendo com que muitos xinguem muito no Twitter.

Mas será que o mesmo ocorre quando games invadem o mundo literário?

Recentemente, tive acesso ao primeiro livro da franquia “Assassin’s Creed” publicado no Brasil. “Renascença” traz o mesmo enredo visto no segundo game da franquia, e narra os acontecimentos que levaram Ezio Auditore, a buscar vingança contra aqueles que tomaram posse de sua cidade com um governo corrupto e sujo, além de destruírem sua família.

Primeiramente, é interessante analisar o livro da seguinte forma, para quem já jogou o game: Ele funciona sim, como uma espécie de “detonado” (Quem ai lembra da antiga “Ação Games”, põe o dedo aqui, que já vai fechar o abacaxi!), narrando em detalhes, o mesmo trajeto à ser seguido no jogo, com diálogos (praticamente) iguais.
Mas apesar disso, é um livro de leitura rápida, que flui bem, e que não se torna enjoativo.

Outro ponto à ser analisado, é que o livro ambienta os lugares, mas não os cerca de detalhes. Parece que o autor (Oliver Bowden – Um pseudônimo), escreveu o livro apenas para quem já tivesse jogado o game, sem a necessidade de detalhar os lugares no qual o protagonista se encontra. A falta de detalhes é um dos pontos onde leitores que não tiveram contato com os games, podem se sentir perdidos –  uma vez que pode ser um tanto complexo imaginar como era Veneza, Florença, ou até mesmo Roma na época do Renascentismo.

Um pronto que também peca na narrativa, é o uso excessivo de expressões em italiano. Tudo bem, que há um glossário no final do livro, contendo a tradução de tais termos, mas é um pouco chato você ter que recorrer a ele, e ficar alternando entre a página que está lendo, com o final do livro. Notas de rodapé para traduzir tais expressões, fizeram muita falta nesta edição.

O que o autor busca nesse livro, é apenas recontar a história, de uma forma literária. Nada além disso.
Acho que seria muito mais interessante, se o livro contasse detalhes que foram omitidos durante o game, ou funcionasse como um complemento à história original.
Mas aqui temos um exemplo de uma busca por um outro tipo de mídia, mas que acaba pecando no fato de contar a mesma história, para aqueles que já experimentaram a experiência do videogame, e que não funciona com leitores que pularam essa etapa.

O livro pode despertar o interesse dos leitores, em ir atrás do game. Mas é superficial em alguns aspectos, e acaba não transmitindo a mesma profundidade vivida no título original.

A Ubisoft acerta em expandir seu arsenal de mídia, mas não dá o mesmo tratamento do game, ao livro. Mas ainda sim, é um título que agradará os fãs, e para quem ainda não conhece a franquia, é uma boa porta de entrada à Irmandade.

Autor Oliver Bowden
Editora Galera Record
Lançamento maio de 2011
Páginas 378
ISBN 9788501091338
Valor médio R$29,90
Vinícius Vidal Rosa

Ex-técnico em informática, jornalista formado e apaixonado por games e tecnologia. Faz do seu tempo livre, uma maneira de levar informação e falar sobre o que gosta.

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Vinícius Vidal Rosa

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