Gagá-Game #7 – Chrono Trigger

O que nos vêm à cabeça quando o assunto é SQUARE-ENIX? Talvez para muitos, a primeira coisa que passa na cabeça seja Final Fantasy, ou até mesmo Dragon Quest, como vem fazendo recentemente, mas, vamos voltar à era de ouro dos RPGs, mais exatamente no ano de 1995, quando o Super Nintendo reinava como o comandante dos consoles, pois o seu grande rival, o Playstation, estava começando a engatinhar. Quem já teve o privilégio de jogar a obra máxima já feita pela antiga Squaresoft, Chrono Trigger, lançado originalmente para Super Nintendo, e depois recebendo uma versão com animações para o Playstation, sabe exatamente do que estou falando. Nunca foi visto em toda a história dos RPGs para o console 16-bits uma obra tão completa e encantadora, que faz muitos fãs até hoje, chorarem e implorarem para que fosse feito um remake ou até mesmo uma continuação para os consoles atuais (o PSP ou o Nintendo DS seriam ótimas escolhas). Vejamos agora o que torna essa história tão encantadora.


Lighting, Flame ou Ice? Afinal, qual a magia deste game?

Logo no início do game, você já se surpreende com tamanha qualidade gráfica do jogo, algo jamais visto que explorou toda a potência do Super Nintendo, e não é para menos, pois a equipe é formada pelos mestres da arte do RPG eletrônico, mas isto é assunto para outra hora. O game se inicia no ano de 1000 A.D(Anno Domini), e você assume o papel de Crono, um rapaz de cabelos vermelhos que apenas quer ir ao festival milenar, ver a nova invenção de sua amiga Lucca, uma moça com uma estrondosa inteligência, que diz ter inventado uma máquina de teleporte. Chegando ao festival, Crono sem querer, acaba trombando com uma moça muito bonita chamada Marle, que após o incidente, diz ter perdido o seu pendande (que contém vários poderes). Encontrando o pendante, Crono gentilmente o devolve a sua dona, e os dois se dirigem ao local onde Lucca está demonstrando sua nova invenção. Ao testarem a invenção maluca de Lucca, o pendante de Marle começa a reagir estranhamente, fazendo com que ela seja transportada para outra dimensão, e cabe a você, resgatá-la e começar uma verdadeira aventura pelas épocas. Uma das coisas que mais chamou a atenção tanto nos fãs, quanto na crítica ao jogo, foi o fato de poder viajar no tempo, vendo como é cada era (do game), e com a possibilidade de alterá-las, para que o futuro não tenha um destino trágico, como é mostrado. A jogabilidade é bem semelhante à Final Fantasy, por meio de turnos, só um pouco mais aprimorada. As animações de golpes e magias é algo que enche os olhos d’água com tamanha perfeição de detalhes e criatividade, batendo até mesmo a grande franquia da empresa. Um dos pontos que marcou época em Chrono Trigger foi sua excelente trilha sonora, transpondo toda a emoção das situações mostradas no jogo, como a tristeza, a alegria, a decepção, enfim… Qualquer sentimento demonstrado pelos personagens. O jogo tem ao todo sete personagens, cada um com sua história, que ao desenrolar do game, vai se descobrindo mais e mais.

Esses nomes me são familiares…

Gaspar, Balthazar e Melchior, à primeira vista são nomes comuns, que dão uma marca forte ao RPG. Mas se você é uma pessoa que conhece bem a história do nascimento de Jesus, verá que estes são os nomes dos três reis magos. Bom, mas o que isso tem a ver com o game? Acontece que, você irá se deparar com nomes de “celebridades” (não especificamente bíblicas, mas mitológicas, do rock e outros afins), como o próprio nome do protagonista, Crono, que corresponde ao pai de Zeus, que devorava seus filhos, com receio de ser destronado por um deles. Mas os que mais chamaram a atenção mesmo foi Ozzy, Flea e Slash, que para o público que curte um bom rock, são bem conhecidos (para quem não os conhecem, esses nomes foram colocados em tributos a Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbath, Flea, o baixista do Red Hot Chilli Peppers e Slash, guitarrista do Guns N’ Roses, já que alguns dos produtores do games curtiam um bom rock!).

Vem cá, eu não te conheço não?

Muitos de nós já vimos alguma vez na vida um dos grandes percussores dos animes, Dragon Ball, criado originalmente nos anos 80 pelo desenhista Akira Toryiama. Como a Square estava inspirada na época, e pronta para arrasar de vez, decidiram chamar nada mais, nada menos que o próprio Toryiama para integrar no pessoal de desenvolvimento do game, ou seja, não é mera coincidência você ver cenários, monstros e os próprios personagens semelhantes à Goku e companhia. Mais tarde, porém, os fãs tiveram um “gostinho de quero mais” por parte da Square, que lançou uma versão do game, embora sem muitas modificações, mas com animações de deixar qualquer fã de queixo caído, tornando o que já era bom ainda melhor, para o console da Sony. O jogo teve uma grande repercussão dos fãs e da imprensa japonesa, e se criou um boato de que o jogo se tornaria um desenho animado, mais tarde, desmentido por Toryiama, que falou que seu último trabalho para a tevê seria Dragon Ball GT (que não foi muito bem recebida por boa parte dos fãs do artista). Sem dúvida, uma notícia que entristece até hoje os fãs do aclamado game.

Chegando a uma conclusão…

Embora essa seja a opinião de um fã de carteirinha da saga se deixando levar pelo lado mais sentimental, eu duvido que algum RPG tenha chegado perto da maestria de Chrono Trigger (Final Fantasy até nem podemos considerar, pois hoje a Square-Enix vive praticamente dele). Por mais incrível que possa parecer, Chrono Trigger é simplesmente um jogo que não possui qualquer defeito, seja sonoro, gráfico ou até de enredo, e merece toda a atenção mesmo sendo um jogo antigo, de um console que muitos considerem como morto e enterrado. Mas lembrem-se, talvez as maiores alegrias proporcionadas por um vídeo game, vieram de lá, e se você é da década de 90, ou antes, sabe do que estou dizendo. Então, faça como no game e viaje um pouco no tempo e relembre os bons momentos com este jogásso que fez história nos 16-bits.

Texto: Vinícius “Femto”.