Gagá-Game #5 – Castlevania: Aria of Sorrow

Uma expressão que define completamente a série Castlevania é “igual, porém diferente”. Falo isso por anos e anos de experiência no jogo, e não é pra menos. Você é um caçador de vampiros que tem como missão derrotar de vez o príncipe das trevas. Bom até aí, todo mundo que já jogou sabe, mas o produtor da série Koji Igarashi (ou IGA, para os mais íntimos) bateu o punho na mesa e disse “desta vez, vamos mudar radicalmente” e foi dito e feito. Para medo de uns, e expectativa de outros, IGA surgiu com o interessantíssimo Castlevania Aria Of Sorrow, lançado em 2003 para Game Boy Advanced, que trouxe a mesma série, com mesma base, porém com a história completamente diferente do que os fãs da série estão habituados a ver. Mas o que torna este game tão diferente? É o que veremos agora.

Onde está o meu chicote?!

Um fato que IGA trouxe de volta no game é a retirada da família Belmont de cena (como em Symphony Of The Night). Bom, não completamente. Estamos em 2035 e você encarna na pele de Soma Cruz, um rapaz de cabelos brancos que está indo a o templo Hakuba Shrine com sua amiga Mina Hakuba, para assistir ao eclipse total do sol. Mas ao término do eclipse, os dois são transportados ao Castelo de Drácula, e acabam encontrando Genya Arikado, um homem elegante e misterioso, que começa a lhes explicar o porquê dos dois estarem ali. De repente, vários monstros atacam os três. Arikado consegue se livrar de todos eles, mas restou apenas um, Soma então o derrota e absorve a alma do monstro. Arikado então continua a explicar toda a situação decorrente a Soma, e o manda para a sala do trono onde tudo será esclarecido melhor.
Mas muitos devem estar se perguntando, “e onde estão os Belmont?”. Após algum tempo de jogo, você se depara com Julius Belmont, o último dos descendentes da família matadora de vampiros, que sente uma grande presença maligna no corpo de Soma.
Os gráficos são bem trabalhados, mantendo a linha de Symphony Of The Night (Playstation, Sega Saturn, Xbox 360) já que o Game Boy Advanced tem a mesma taxa de bits do console da Sony, dando todo o clima gótico que Castlevania merece. A jogabilidade ganha destaque pelo sistema de almas. Cada monstro contém a sua alma que proporciona uma habilidade à Soma. Existem ao todo, 110 almas no game, dividindo-se em quatro tipos:

– Bullet Soul (Almas vermelhas) proporcionam uma determinada ação à Soma quando acionados os botões Up + B, e são em sua maioria são ataques diretos.

– Guardian Soul (Almas azuis) Dão à Soma o poder de invocar familiares, se transformar e aumentar Status. São acionados através do botão R.

– Enchanted Soul (Almas amarelas) São almas que enquanto equipadas, dão habilidades como ver passagens secretas, andar / submergir na água, concedem Status, etc.

– Ability Soul (Almas cinza) Dão à Soma habilidades como pulo duplo, Slide e estão sempre ativas (a não ser que você vá ao menu “Ability” e as desative.).

A trilha sonora, a cargo de Michiru Yamane, nem se discute. De altíssimo nível, com belas melodias, transpondo todo o clima do local onde o personagem se encontra, seja em uma caverna, seja em uma galeria. Está impecável, como sempre.

Ele retornou… Camuflado, mas retornou.

Quem não se lembra do filho bastardo do Conde Drácula, hein? Pois bem, parece que o rapaz não descansou, e está de volta em AOS. Aonde? Bem na sua frente meu amigo! Lembra-se logo no início do game o elegante Genya Arikado? Acredite se quiser, ele é mesmo o Alucard. Embora muitos fãs tivessem dúvida disso, o filho do Conde deixa algumas pistas no game. Se você é bom intérprete de inglês vai notar isso fácil, fácil. Já outro detalhe é a sua aparência, embora esteja de cabelos negros, seu rosto continua com a mesma expressão melancólica. Uma pena que por preguiça, ou falta de planejamento, a equipe de produção de IGA não tenha pensado em disponibilizar Arikado como personagem jogável. Que mancada!

Considerações Finais: O que merece a estaca no peito é…

Castlevania Aria Of Sorrow é sem dúvida um ótimo título, apesar de a história ter saído um pouco da linha, estava na hora de algumas mudanças. O game possui ótimos gráficos, uma excelente trilha sonora e uma ótima jogabilidade. Entretanto, por alguma falta de planejamento, o jogo fica até semelhante demais com SOTN, já que após a primeira vez terminada a aventura, Julius Belmont está disponível como personagem jogável, entre outros pequenos detalhes, como vimos lá em 1997, mas fora isso, a série continua e continuará sendo um marco nos vídeo games, e com certeza sempre estaremos prontos, com o alho e a bíblia na mão, para adentrar nas profundezas das trevas do castelo do Conde Drácula.

Texto: Vinícius “Femto”.
OBS.: Como prometido, aí está o primeiro Gagá-Game depois do jejum da semana passada.