Gagá-game #14 – Metal Gear Solid


Atenção! Antes de começar este texto, eu gostaria de deixar claro uma coisa: Sim, eu sou fã de MGS. 

Ah! O Playstation… Diga-me, caro leitor: Quanto tempo você gastou em frente a este admirável console?! Confesso que eu gastei 5 anos. E foi tempo suficiente para ver grandes séries nascerem. Séries que amadureceram com o tempo, e séries que já vieram para um público mais maduro – ou com uma temática menos ortodóxa do que as que haviam.

Lembro-me quando conheci Metal Gear Solid. Em primeiro instante, achei o game um tanto confuso e chato. Mas ai disse: Irei jogá-lo até o fim. Quando acabei, me vi diante não apenas de um game, mas ouso dizer que foi uma (e talvez a mais notável) obra-prima da Konami. Em 1998, era muito difícil você se deparar com um assunto de alta complexidade, como tramas políticas, terrorismo, agências que criam super soldados, vírus que são capazes de matar pessoas específicas, etc…

Sente-se, relaxe, e deixe que Solid Snake, lhe mostre o começo da saga…

Bem vindo ao Alaska

O game começa com o ex-soldado Solid Snake chegando à ilha de Shadow Moses. O ano é 2005, e Snake foi recrutado pelo governo dos EUA, e está sob comando do Coronel Roy Campbell, que chamou o ex-agente, devido sua capacidade e perícia em infiltração em ambiente hostis de alta periculosidade.
Snake em princípio tinha apenas duas missões principais: Salvar o chefe da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency, Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa) Donald Anderson. e o presidente da ArmsTech, Kenneth Baker. Além é claro de coletar informações e neutralizar uma suposta ameaça nuclear de um grupo de terroristas que reside na base do Alaska.

Ao longo da trama, Snake vai descobrindo que as coisas não são tão simples como ele imaginava. O grupo terrorista  FOXHOUND consiste num seleto grupo de super soldados geneticamente modificados que vão desde mestres do disfarce, passando por xamãs com hiper força, indo para soldados com exoesqueleto cibernético e camuflagens invisíveis, até telecinéticos. Snake terá de enfrentar inimigos que estão além da imaginação, e apenas usando, sua perícia de improviso para deter a ameaça suprema do jogo: Um tanque de guerra armado com armamentos de última geração, capaz de lançar um ataque nuclear para qualquer lugar do mundo, conhecido por Metal Gear REX – Ele leva este nome, por que o tanque é projetado para se locomover sobre duas pernas, lembrando o temível dinossauro rei.

Claro que este é apenas um resumo da história. Mas existem alguns pré-requisitos para melhor aproveitamento do jogo:
1 – Esteja com seu inglês em dia. Pois esse game, para melhor compreensão da trama, exige muita leitura e entendimento do idioma.
2 – Prepare-se para ver uma jogabilidade que nunca foi vista antes nos games – Claro, hoje já possuímos jogos semelhantes, mas MGS inaugurou o que conhecemos hoje como “stealth game”, no qual, a ideia principal é não ser percebido pelos inimigos.
3 – Cutscenes se estendem por mais de 10 minutos. Portanto, se você não tem paciência, NÃO JOGUE!

Conversas via Codec são vitais para o entendimento da história. E também para umas risadas!

O primeiro, fez escola. E ensinou bem!

Indo mais a fundo no segundo quesito citado acima, Metal Gear Solid trouxe à tona um novo estilo: O Stealth!
Ele foi o primeiro jogo com a ideia de que você não é obrigado a encarar o inimigo num combate direto, mas sim, evitá-lo. Esse estilo somado a um enredo bastante complexo, fez com que o jogo fosse também chamado de “cinemático”. Pois as cutscenes longas, e a presença de imagens reais de testes com foguetes, mísseis, e reuniões de cientistas trouxe uma imersão completamente nova.
Hoje, temos outras franquias que usam da mesma fonte que MGS: Splinter Cell, Assassin’s Creed, até mesmo certos conteúdos foram inspiradores para o desenvolvimento da série Arkham, do Batman.

As diversas mídias de uma mesma obra

Nem só de videogames viveu os primórdios da saga de Solid Snake. A repercussão positiva que o game trouxe, gerou outros frutos de muito sucesso.
No Japão, o game gerou até mesmo uma rádio-novela que durou 18 episódios! Até os dubladores japoneses foram utilizados, trazendo uma nova trama ao espião motherfucker Snake.
Também, em 2004, a IDW Productions, juntamente com o roteirista Kris Oprisko e o desenhista Ashley Wood, começou a publicação de uma graphic novel, com a temática do jogo original de 1998. A série durou cerca de 12 volumes, e rendeu muitas críticas positivas, pois a essência do enredo original foi completamente mantida.
Um volume desta grafic novel contendo os 6 primeiros volumes menores originais, foi lançada no Brasil. Mas devido a alguns problemas, o segundo volume contendo o restante da saga não foi publicado. Uma lástima para os fãs da saga.

Hideo Kojima, a mente por trás de MGS, também declarou que uma adaptação cinematográfica estaria em andamento. Mas até o presente momento, só se tem a confirmação que o roteiro está sendo desenvolvido por Kurt Wimmer. O que de certa forma gerou algumas preocupações de alguns fãs, já que o dublador de Solid Snake, David Hayter, é roteirista e diretor, e não foi escalado para o cargo – Ou seja, o homem mais capacitado, foi completamente “deixado de lado”.

Também em 2004, uma versão intitulada “Metal Gear Solid: The Twin Snakes”, foi lançada para Gamecube. O game trazia a mesma trama do título original, mas com gráficos completamente remodelados, graças a ajuda da empresa Silicon Knights.

Todos me adora. YEAH!

E claro, não podemos esquecer os chefes

É inegável que quando você joga MGS, dificilmente um chefe ao menos, não ficará na sua memória. MGS conseguiu emblematizar o termo “Chefe de fase”, por que trazia um carisma e uma personalidade em cada um dos chefes ao decorrer da trama.
Temos o indireto vilão Decoy Octopus. Decoy é um mestre dos disfarces. Mas calma, ele não se prende simplesmente a copiar a voz, e fazer se passar por outra pessoa copiando rosto, e documentos. Decoy vai além dos demais, ao ponto de copiar até o tipo sanguíneo de quem ele está imitando.
SPOILER: Quando Decoy Octopus se passa por Donald Anderson na prisão – em sua única “aparição” no jogo, ele sofre de uma ataque cardíaco, que foi provocado pelo vírus Fox Die. Isso por que ele contraiu o vírus após drenar todo o sangue do Anderson original, que no decorrer do jogo, é encontrado já em estado de decomposição.
Revolver Ocelot. Neste primeiro capítulo da saga, Ocelot não é tão marcante, mas quem se interessou em seguir adiante na trama, descobre que toda a saga de Metal Gear gira entorno dele, tornando-o um antagonista digno de um Oscar! Ocelot é perito em armas. Ele tem como preferência o uso de uma Colt de tambor para seis balas, pois como ele mesmo costuma dizer “Seis balas, são o suficiente para matar qualquer coisa que se mova”.
Temos o obscuro Vulcan Raven, o xamã que pode resistir a temperaturas extremamente baixas e é perito em armas pesadas e explosivos. A sua história é um grande mistério, mas que se mostra bastante profunda, já próximo ao fim do game, e muitos detalhes são revelados. Até mesmo que o grandalhão foi para as Olimpíadas de Inverno, e ganhando diversos prêmios (sim, WTF?)

Cyborg Ninja. Digamos que ele fica dentre os vilões mais queridos do game. Por que?! Ora, por que ele é um NINJA – Deeeeeeer!!! – Mas além disso, Ninja possui uma história muito longa com o protagonista, que surpreende a todos que jogaram as versões de Nintendo 8-bit (Metal Gear e Metal Gear 2: Solid Snake). Ninja é uma das “armas” do grupo FOXHOUND. Um soldado geneticamente modificado com um exoesqueleto, com alta perícia em camuflagem stealth, além de equipado com uma super lâmina que é, praticamente, uma Ginsu 2000!
Psycho Mantis. O tipo de vilão sobrenatural que quase toda série de ação possui. Mantis nasceu na Rússia, e sua mãe morreu ao lhe dar a luz, e isso despertou a ira de seu pai por ele. Mantis descobriu ainda novo o dom que tinha com a telecinésia e telepatia, e através desses poderes, soube que seu pai planejava matá-lo. Então, ele acabou fugindo e queimando toda a aldeia com seus poderes psíquicos  mas isso acabou também fazendo com que  a liberação de ondas psíquicas acabasse também deformando seu rosto. Mantis acabou indo trabalhar em diversos lugares, como FBI e KGB, mas depois acabou se tornando freelancer e foi “contratado” pela FOXHOUND para interrogatórios. Ele utiliza uma máscara de gás, para que os outros “não invadam sua mente” (sim, WTF 2!!)
Sniper Wolf. A bela atiradora é eximia com rifles de longo alcance. Wolf nasceu em meio a uma zona de conflito no oriente médio, durante a ditadura de Saddam Hussein. Após ver sua família toda ser morta, ela foi resgatada e treinada pelos Gurkhas – a elite militar do Nepal – onde aprendeu tudo o que podia sobre a “arte do Sniper”. Após isso, Wolf conhece Big Boss, e o mesmo tem grande apego pela garota, e a traz para os EUA.
Wolf então, tornou-se uma solitária atiradora, para que ela pudesse assistir e esperar, e ver a guerra do lado de fora e não de dentro. Depois da “morte” do Big Boss, Sniper Wolf  foi recrutada para FOXHOUND , para obter sua vingança sobre o mundo.

Nem só de vilões o game vive. Humor também faz parte da ação

Considerações finais…

Metal Gear Solid é inegavelmente um dos melhores títulos que temos para o vovô da Sony. Sem dúvida, o jogo trouxe além de uma temática mais adulta, uma nova forma de se jogar videogame. Além é claro de um enredo envolvente, e que certamente, marcou a adolescência de muita gente. Outros títulos vieram, mas essa foi, sem dúvida a grande consagração de Hideo Kojima como produtor de jogos de videogame. Jogo obrigatório, pra quem curte um bom filme com enredos envolventes.